Correria e etc...Sumi. Voltando! :D
Tenho várias coisas para postar aqui nesses diários de estudos, mas vou organizar aos poucos e criar uma lógica. O post de hoje é bem para começar essa caminhada.
Assim que resolvi estudar teoria(s) de danças por conta própria percebi que um bom lugar para começar era a história ou, como acredito que faça mais sentido, as histórias das danças.
Creio que para a maioria das pessoas que começam nesse assunto o livro
A História da dança no Ocidente de Paul Bourcier é o que aparece primeiro e não foi diferente comigo. Logo descobri que é a grande referência no assunto e fui logo tratando ter contato com o livro.
A obra propõe um apanhado geral desde a dança sagrada no começo dos agrupamentos humanos até a dança moderna. Descreve bastante os contextos históricos das épocas em que cada dança surgiu, seu desenvolvimento, como isso influenciou as artes e a sociedade.
Deixando claro que o que vem a seguir é minha opinião e só minha mesmo:
Não gostei muito do livro, embora reconheça que é muito importante conhecê-lo e estudar os assuntos que ele trata. Me incomoda como o autor aborda os temas de forma as vezes rasa no que diz respeito a dança focando muito mais na política e relações familiares da corte da França ou descrevendo longamente de forma exaustiva peças e espetáculos inteiros, por exemplo. Muitas vezes até a maneira como escreve repetindo sem necessidade termos difíceis em alguns trechos me incomodou e tornou a leitura cansativa.
Recomendo a leitura? Sim. É uma obra importante e precisa ser conhecida, até porque conhecimento nunca é demais. Caso não se sinta confortável com o livro, como foi o meu caso, use-o como base, como índice de temas a serem estudados em outras fontes.
Enquanto lia o livro tive a felicidade de me deparar com um texto de reflexão sobre ele que gostei muito e me deixou feliz porque compartilho de muitas opiniões da autora.
Leandra Yunis (historiadora e bailarina) mostra reflexões importantes no texto
O Oriente que falta em Paul Bourcier como falhas na análise histórica do livro e a exclusão de danças orientais, mostrando como o livro é limitado em alguns aspectos.
Texto aqui:
http://www.icarabe.org/artigos/o-oriente-que-falta-em-paul-bourcier
Recomendo demais a leitura desta análise mesmo que não tenha lido o livro ainda porque fala de assuntos importantes para leituras críticas de várias obras sobre dança e artes em geral.
E é isso! Espero que o post seja válido para os estudos de vocês e até o próximo. ;)
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